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Exodontia, instalação de implante e enxerto na mesma sessão

Paciente LG 30 anos nos procurou se queixando de mobilidade do dente 22 (incisivo lateral superior esquerdo) e estética. Avaliamos o caso e foi constatada perda óssea dentária severa no 22, desalinhamento e manchas nos elementos anteriores. O plano de tratamento foi raspagem e alisamento coronoradicular (limpeza), antibioticoterapia iniciando 5 dias antes da cirurgia, exodontia (remoção do dente) do elemento 22 com instalação imediata de implante dentário e realização de enxerto ósseo. Essa técnica visa a manutenção do arcabolso gengival (formato e nível da gengiva), já que, se realizássemos a exodontia e aguardássemos a cicatrização, a gengiva subiria, acompanhando o nível do osso e, quando isso ocorre, conseguir reposicioná-la no nível da gengiva dos outros dentes é extremamente difícil.  Fechamos o retalho e instalamos o provisório. Após 14 dias removemos a sutura e após 6 meses, avaliaremos a necessidade ou não de enxerto de gengiva.

 

Informações sobre implantes imediatos para dentistas

A grande vantagem do implante imediato (não confundir com carga imediata) é a manutenção do arcabolso gengival. Quando podemos optar pelo implante imediato?

  • Quando existe osso remanescente suficiente para conseguirmos a estabilidade primária e defeito de até 3 paredes (Quando não sobrou nenhuma parede está recomendado o aumento ósseo vertical)
  • Quando há ausência de infecção aguda (contraindicação relativa, pode ser controlado com antibioticoterapia)

A exodontia deve ser realizada com o máximo de cuidado para não fraturar nenhuma parede óssea, está recomendado o uso de periótomos para o rompimento das fibras periodontais. A luxação, muitas vezes, é conseguida com esse próprio instrumento. Após a avulsão, deve-se curetar a cavidade que deve ficar livre de tecidos moles.

O implante utilizado deve ser cônico e apresentar roscas agressivas para facilitar o atingimento da estabilidade primária. Devemos tomar muito cuidado com a fresagem, ela deve produzir uma perfuração menor, em largura, do que o diâmetro do implante (subfresagem). Se eventualmente, durante a inserção, o torque atingir níveis elevados bem antes do implante chegar ao fim, este deve ser removido e a perfuração deve ser aumentada ligeiramente. Após a instalação, colocamos o cicatrizador que deve ficar abaixo da linha amelocementária dos dentes adjacentes.

Devemos liberar bem os tecidos para que este possa fechar sem tensão, o que poderia acarretar exposição e perda do enxerto. Para isso, descolamos bem o retalho, tanto apicalmente quando lateralmente. Fazemos a incisão lateralmente, envolvendo vários dentes adjacentes, não fazemos incisões verticais pois produzem cicatrizes. Além disso, realizamos incisões de alívio no periósteo.

Após o tecido estar bem liberado, colocamos o Bio-Oss cobrindo as expiras e a plataforma do implante. Usamos sempre o implante cone morse que permite a adesão conjuntiva no pescoço do cicatrizador além de ocupar menos espaço com metal nesta área crítica, que pode ser ocupada por enxerto, isso protege ainda mais o enxerto até o nível do cicatrizador. Após a colocação do Bio-Oss, cobrimos com BioGide e fechamos o retalho com suturas em dois planos, uma tipo colchoeiro, em um nível mais superior (como se fosse um suspensório) e um segundo nível fechando as bordas (se suturássemos somente as bordas, a probabilidade de exposição seria bem maior).

A colagem do provisório pode ser feita no dia seguinte para se conseguir uma maior efetividade da cimentação já que o campo estará com sangue no término da cirurgia. Este não deve tocar o tecido suturado.

O paciente deve fazer uso de antibiótico por 14 dias no total (caso foi prescrito a amoxicilina), bochecho com Gluconato de Clorexidina 2 x ao dia por 7 dias e anti-inflamatório por 3 ou 5 dias.

Após 72 horas a higiene na região pode começar a ser restabelecida com muita delicadeza

O paciente deve evitar alimentos duros e com grãos nos primeiros dias

Removemos a sutura após 14 dias

Após 6 meses, avaliamos a necessidade ou não de enxerto de tecido conjuntivo. Se houver a necessidade, realizamos na fase de reabertura.

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