Sensibilidade-nos-dentes

Sensibilidade nos Dentes

A sensibilidade nos dentes pode ser causada por vários fatores:

  • Pode ser uma exposição radicular (exposição da raiz do dente), neste caso, uma restauração com materiais apropriados (não é qualquer resina que pode ser utilizada, existe no mercado materiais que não causam sensibilidade) ou uma cirurgia de gengiva para recobrimento radicular podem estar indicadas.
  • Ela pode ocorrer após a confecção de uma restauração (ver restauração de dentes), como dito anteriormente, a maioria das resinas podem provocar sensibilidade.
  • Ou pode ser provocada após o clareamento dental. Neste caso, uma camada superficial dos dentes é removida expondo os canalículos dentinários (pequenos tubos presentes na dentina que é o material interno do dente). Para resolver esse problema, o dentista deve diminuir o tempo de exposição ao gel clareador, diminuir a concentração do produto ou usar géis dessensibilizantes.

A sensibilidade normalmente está associada a um estímulo, que pode ser o contato com alimentos frios ou quentes. Ela ocorre devido ao deslocamento de fluidos nos túbulos dentinários. Esse deslocamento é percebido pelos pequenos nervos que estão contidos na polpa (canal).

 

 

Efetividade dos cremes dentais no tratamento de hipersensibilidade

Os cremes dentais com dessensibilizantes possuem diferentes fórmulas e têm sido testados com a finalidade de aliviar a dor da sensibilidade. Por possuir diferentes composições e marcas, trabalhos científicos foram realizados com objetivo de verificar qual fórmula promove maior impermeabilidade para os tecidos dentários.

Os principais ingredientes encontrados nas suas composições são: dessensibilizantes como arginina, cloreto de estrôncio, citrato de potássio e flúor.

O citrato de potássio foi um dos primeiros a serem utilizados nos cremes dentais, porém, foi ultrapassado com o aparecimento de outros dessensibilizantes, era encontrado em cremes da Colgate.

O flúor é geralmente associado a todos cremes dentais, porém, sozinho não possui grande efetividade como encontrado no “Oral B Pro Sensitive”.

A arginina, presente na composição do “Colgate Sensitive Pro-Alivio”, é um aminoácido que possui muitos benefícios para saúde oral, sendo capaz de selar fisicamente os túbulos dentinários evitando o desconforto.

O cloreto de estrôncio promove a precipitação orgânica e desnaturação odontoblástica, formando assim uma fina película que veda e permeabiliza os túbulos, além de possuir uma ação oclusiva. É encontrado no creme dental “Sensodyne Rápido Alivio”      .

Podemos concluir assim que os cremes dentais mais indicados para o tratamento da hipersensibilidade são os que possuem em sua composição arginina ou cloreto de estrôncio.

 

 

Informações sobre hipersensibilidade dentinária para estudantes de odontologia

 

O dente possui duas camadas principais: o esmalte e a dentina. O esmalte é a camada mais superficial e é um tecido mineralizado, extremamente duro (o mais resistente do corpo humano) e tem a função de proteger a dentina das forças advindas do contato com os alimentos durante a mastigação.  A dentina é a camada interna e possui túbulos contendo fibras no seu interior e componentes minerais.

Quando o esmalte é perdido, quer por fratura, quer por cárie, ou quando ocorre exposição radicular causada após a migração da gengiva, os túbulos dentinários são expostos. Qualquer estímulo externo que cause deslocamento dos fluidos dentro desses túbulos, estimulam as terminações nervosas causando a dor. Esses agentes externos podem ser térmicos (alimentos frios ou quentes por exemplo), químicos (alimentos ácidos por exemplo) e táteis (contato da escova de dentes por exemplo)..

A dentina é formada por células chamadas odontoblastos. Os odontoblastos possuem corpo e um prolongamento. Na odontogênese a dentina é formada da região mais coronária em sentido apical. A dentina é depositada e os locais onde houve passagem dos odontoblastos se tornam canalículos chamados túbulos dentinários onde ficam seus prolongamentos e o fluido dentinário. Os corpos dos odontoblastos ficam entre a dentina e a polpa.

Através da queixa do paciente e de um questionário detalhado realizado pelo dentista, é obtido um diagnóstico. A análise clinica só é possível através do uso da microscopia de varredura, na qual é possível ver os túbulos expostos das áreas sensíveis e os obliterados por cristais de esmalte em áreas não sensíveis.

A exposição é derivada da perda de esmalte ou cemento. Na maioria dos casos ocorre em mulheres entre os 20 a 40 anos. Pode ocorrer em qualquer dente e qualquer superfície dental. Porém estudos mostram que há maior incidência de sensibilidade na área cervical de dentes permanentes, principalmente caninos e pré-molares inferiores.

Os pacientes que possuem hipersensibilidade apresentam boa higiene oral. Geralmente tendem a escovar com maior força o lado oposto à mão utilizada na hora da escovação, apresentando pouca quantidade de placa do lado referido, principalmente em caninos e pré-molares.

Em pacientes com baixa higiene oral, a placa bacteriana é depositada nos túbulos expostos diminuindo a sensibilidade. Porém os produtos metabólicos produzidos por bactérias desgastam ainda mais os túbulos tornando-os mais abertos e causando o aumento da hipersensibilidade. Ao realizar a raspagem supra e sub gengival da placa é relatado um aumento de sensibilidade devido à exposição dos túbulos e o desgaste causado pelas toxinas bacterianas.

A dor da hipersensibilidade é aguda e persiste somente enquanto há estimulo.

Na anamnese é questionada em qual situação a dor é mais sobressalente (com frio, quente, escovação, mastigação ou uso de fio dental).

Outras situações podem provocar dores semelhantes às dores relatadas em hipersensibilidade: fraturas coronárias, restaurações defeituosas, traumas, invaginações no esmalte e doenças na polpa. Por isso é de extrema importância que haja o diagnostico diferencial.

A hipersensibilidade pode ser reduzida sem tratamento, através da dentina reparadora, esclerótica ou quando há placa bacteriana.

O tratamento é dividido conforme a gravidade do problema. Quando localizada pode se utilizar a aplicação de substâncias indicadas no local, quando generalizada são usados dentifrícios e quando as demais opções não funcionam como ultima alternativa é realizado o tratamento endodôntico.

No consultório, o desgaste de dentes precisa ser realizado em alguns casos, isso também pode provocar a exposição dos túbulos e, consequentemente, dor. Para solucionar esse problema, devemos obliterar os túbulos com matérias específicos dando chances para a polpa se afastar da agressão através da deposição de dentina reparadora.

Existem diversas substâncias utilizadas visando o tratamento na hipersensibilidade. Hidróxido de cálcio, flúor, fluoreto de sódio, sistema iontoforético (com propósito de levar o flúor para a região mais interior dos tubulos), oxalatos, resinas e adesivos dentários.

Nos casos mais leves, o tratamento pode ser caseiro, através do uso de dentifrícios que são de fácil aquisição, utilização e menor custo. Agem tapando os túbulos, impermeabilizando-os e estimulando a produção de dentina.

Após o tratamento, é importante orientar o paciente a evitar alimentos ácidos, escovar os dentes fortemente e, caso haja a ingestão de algum alimento ácido, é importante que o paciente realize um intervalo antes da escovação para que os movimentos realizados com escova dental não agravem ainda mais o desgaste causado por estes alimentos.

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